sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Diálogo com bom humor


"Uma das queixas era não haver diálogo com maridos e namorados. Ou nós impedimos os nossos homens de falar porque exigimos demais, exigimos que sejam como nós, que falem nossa língua - se eles sempre falarão na linguagem dos homens?

Nós realmente lhe abrimos espaço ao nosso lado, nós de verdade os estimulamos, e os escutamos, somos parceiras - ou quando chegam em casa despejamos em cima deles uma tonelada de queixas sobre a casa, a empregada, as crianças, o trânsito, os preços do supermercado.. como se esta, a nossa imediata, fosse a única realidade?

Não é impossível pessoas que falam idiomas diferentes se entenderem: com mímica, expressão, olhar, entonação de voz, alma e corpo e um gostar-se que dispensa tudo isso.

Falou-se na importância do bom humor para conviver, para viver, para saborear positivamente as transformações. O bom humor é uma qualidade atraente e uma atitude sábia. Não se trata de sarcasmo. Não posso fazer piada quando perco um amante ou amigo, quando descubro que estou doente ou fico sem emprego. Bom humor não significa piadas: é o sorriso afetuoso, o silêncio carinhoso, o colo acolhedor aberto ao outro e para mim mesma.

Nossa evolução, as imposições do nosso grupo e cultura, nossos próprios fantasmas, exigem muita energia, vontade e bom humor para serem domados - e não nos devorar sem cerimônia e sem compaixão."

Livro: Perdas e Ganhos
Autor: Lya Luft 

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