“Sempre que preciso parar e me lembrar de quanto amei Andrew um dia, basta pensar nisso. O fato de o oceano cobrir sete décimos da superfície da terra e ainda sim meu marido ter conseguido me fazer não notar tal coisa.”
“No primeiro mês, soube que ele não era o homem certo. Depois disso, foi aquela sensação crescente de insatisfação que deixa uma pessoa acordada ä noite. O cérebro se recusando a abrir mão daquelas vidas alternativas que poderiam ter sido.
Se tivesse parado para pensar a respeito, teria percebido que Andrew era parecido demais comigo – que um era tão teimoso quanto o outro; que nossa admiração pelo outro inevitavelmente se transformaria em atrito. A única razão de nos casarmos com tanta pressa foi minha mãe ter me implorado que não me casasse com ele de jeito nenhum. No casamento, um de vocês tem de ser maleável, disse ela. Um de vocês tem de saber dizer: faça como você quer.”
“Foi apenas sexo. Apenas sexo? É o que se diz, não é, hoje em dia? Sexo tornou-se uma daquelas palavras antes das quais se pode dizer apenas. Existe mais alguma coisa que você gostaria de minimizar agora? Apenas infidelidade? Apenas traição? Apenas partir a merda do meu coração?”
“Quando nós dois paramos de chorar, fez-se um silêncio. E esse silêncio tinha um novo aspecto: a consciência de que ainda restara algo por que chorar, afinal.”
Livro: Pequena Abelha
Autor: Chris Cleave
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